Medo de água

Temos um programa especial para pessoas que querem aprender a nadar, ter sobrevivência e domínio do seu corpo na água, mas têm medo e querem vencer este desafio.

Medo d’água A medicina avançou muito. Nunca se falou tanto em prática de esportes, alimentação saudável e preservação do meio ambiente. Enfim, todos lutam por uma qualidade de vida melhor.

Então, por que abandonar um sonho de aprender a nadar? Por que não enfrentar uma dificuldade, somente pelo fato de não ter tido a oportunidade quando criança?

Nosso vínculo com a água é muito profundo. É natural que gostemos de estar no meio líquido, de brincar nele, sentir sua textura, o prazer que ele proporciona, seja como um esporte, como benefício à saúde ou mero instrumento lúdico. Biologicamente isso fica muito claro: a necessidade de água para saciar a sede, o fato de 90% do nosso corpo ser água e também a maneira como viemos ao mundo.

No início da vida, ainda na fase fetal, a familiaridade do ser humano com o meio líquido é total em virtude do intenso contato com a água durante a gestação. Após o nascimento, essa relação se desfaz e, com o passar do tempo, a submersão na água passa a ser algo estranho ao organismo.

A água é um elemento muito importante sob o aspecto psicológico, porque a pessoa tira seus pés do chão e tem pontos de apoio completamente variáveis. Ela convida a pessoa a sentir, a transferir emoções, principalmente a nível afetivo, porque tem uma relação muito forte com a respiração, o retrato fiel de nosso estado emocional. Treina uma respiração mais eficiente, profunda e ritmada.

O medo é um sentimento inerente ao ser humano, que nasce preparado para afastar-se de situações que não condizem com sua natureza. Podemos assim chamá-lo de medo original. Em relação à água, normalmente ocorre quando há o desconhecimento técnico, a pessoa não domina seus movimentos para nadar ou estar em águas profundas. Ele é saudável quando dosado, cumprindo a função de um alerta emocional que tem por objetivo preservar o indivíduo.

Já a fobia ou medo não original é um medo irracional, a ponto de a pessoa nem querer superá-lo. O medo não original, é desencadeado mesmo quando a pessoa não se encontra em uma situação de perigo real. Por exemplo: o medo de água é saudável, já o medo de fotos de água é fobia.

Existem três teorias como as principais razões pelas quais uma pessoa pode desenvolver fobia:

  1. Teoria do preparo, na qual o ser humano nasce com um senso natural de perigo, que aparece em determinadas situações. Ele é hiperativo em algumas pessoas, o que caracterizaria um medo excessivo, fora de controle no caso da fobia.
  2. Teoria do aprendizado, diz respeito a pais ansiosos, que por excesso de zelo transmitiriam insegurança aos filhos. Estes, por consequência, poderiam desenvolver um medo exacerbado ou até mesmo alguma fobia. “Essas crianças tornam-se indivíduos frágeis, extremamente inseguros e propensos a fobias”, relata o psiquiatra.

A teoria com maior incidência é a do trauma. São comuns os casos de pessoas que foram expostas a situações de perigo no meio aquático, muitas delas com risco de morte, o que acaba gerando um trauma. Por conseqüência, o indivíduo desenvolve um medo excessivo ou a fobia.

Tratando o medo:

O cérebro humano é reprogramável e aberto às experiências externas, o que torna possível  superar o medo. Deve ser feita com o consentimento da pessoa, de forma segura e tranqüila, para que não seja uma experiência traumática.

O processo prevê a exposição da pessoa ao objeto desencadeante da fobia de forma lenta e gradual.

  • A adaptação da pessoa com medo na água deve acontecer sem nenhuma imposição, da forma mais natural possível, pois só assim há condições do medo ou fobia ser superado.
  • O profissional deve ter muito tato, muita habilidade para perceber processos internos do aluno: mentais, emocionais e fisiológicos, e montar uma estratégia para lidar com cada caso.
  • É importante mostrar que todos os riscos são controláveis, que a dificuldade de adaptação ao meio líquido é compreensível e que há segurança nas aulas pela presença do professor dentro da água.
  • Aprender a nadar deve ser uma atividade agradável para qualquer idade, do bebê à terceira idade. A aprendizagem deve ser gradativa, sendo do mais fácil para o mais difícil e do conhecido para o desconhecido.
  • A aula acontece em piscina rasa e água aquecida para tornar o meio líquido o mais confortável e acolhedor possível. A água aquecida relaxa e deixa a pessoa mais calma.

Fases inicias para o aprendizado

  • No começo a pessoa só toma um “banho de piscina”. Às vezes fica só com os pés na água, sem nenhuma imposição. É importante que o aluno se sinta bem a vontade e seguro para conhecer o novo meio.
  • A maior dificuldade na superação do medo é afundar a cabeça. É importante aprender a controlar a respiração e a lidar com pressão para não permitir a entrada de água no nariz e na boca.
  • Outro passo é aprender a boiar, o controle da respiração e flutuação são a essência da natação. Em seguida vem a propulsão – deslocamento.

Conclusão

Durante muito tempo o ensino da natação deu ênfase à mecânica dos movimentos dos quatro estilos de nado. Ainda hoje, muitos estabelecimentos de ensino privilegiam esse tipo de abordagem tecnicista, que não leva em consideração as diferenças individuais. Pessoas que tentaram aprender desta maneira, se sentiram desmotivadas, incapazes de realizar os exercícios. É aí que a pessoa começa a pensar que jamais será capaz de aprender a nadar. Estes estabelecimentos estão mais preocupados em mostrar resultado e não em respeitar a individualidade de cada um.

Nós na Raquel Natação pensamos especialmente em lidar com alunos que desejam superar o medo oferecendo uma nova chance para que o indivíduo possa desfrutar dos benefícios da prática – além de poder se divertir com uma boa piscina ou tomar aquele banho de mar.

Referências bibliográficas